UMA HOMENAGEM MERECIDA.
            Este mês de Setembro nossa Diocese teria dois motivos gigantes para estar feliz , a FESTA DE SÃO MIGUEL ARCANJO , nosso Patrono diocesano (Santa Edwiges é a patrona da Paróquia , principal) E NO MESMO DIA 29 DE SETEMBRO ordenariamos ao grau do presbiterato o DIÁCONO WEVERTON JOB DE DEUS , que o Bom Deus , resolveu te-lo la no céu a seu serviço como Diácono pela eternidade . Postamos aqui o último SERMÃO que ele proferiu enquanto diácono , que foi na Solenidade de Benção dos Santos óleos e renovação das promessas Sacerdotais . É um belo texto , que reflete a alma inteligente e santa que tinha este filho de Deus , bem como sua visão absolutamente linda de Igreja . Fiquem com essa preciosidade de palavras e o tenham em suas orações . Deus tem feito coisas lindas quando o invocamos e temos muitos testemunhos na diocese de Volta Redonda .

HOMILIA – MISSA DO SANTO CRISMA 28/03/2013
Por Diácono Weverton Job de Deus.
       Excelentíssimo Reverendíssimo Dom Josivaldo Pereira, Presidente do Conselho Episcopal da Igreja Católica Apostólica Brasileira; Excelentíssimo Reverentíssimo Dom Olinto Pereira Bispo Primaz da Igreja Católica Apostólica Brasileira; Dom Antonio Duarte, Bispo Diocesano de Volta Redonda; Dom Paulo Mendizabal, Bispo Regional e Bispo Diocesano de Niterói; Dom Ramos, Bispo Diocesano de Duque de Caxias. Reverendíssimos padres e diáconos, senhores e senhoras aqui presentes. Sejam bem-vindos à nossa Diocese de Volta Redonda! Que a Paz de Nosso Senhor esteja com todos vocês!


           Celebramos hoje a santificação e a fidelidade do Povo de Deus ao sacerdócio de Cristo, Único e Verdadeiro Sacerdote. Somos sua Igreja, “um povo sacerdotal, régio e uma nação santa”, que pelo Batismo somos feitos fiéis participantes deste sacerdócio.

           Deus quis, desde a origem de seu povo, fazer-nos participantes das graças e dons do Santo Espírito elegendo homens para cuidar de seu templo e consagrando-os segundo a sua vontade. E segundo a sua vontade, quis utilizar-se do óleo, fruto da oliva, que desde os primórdios da humanidade era utilizado como remédio para o corpo, perfume nos cultos e como sinal de beleza, alegria e prosperidade. O óleo protege, nutre e vivifica.

           No livro do Êxodo o Senhor manda preparar o óleo da unção, e santifica-o pela sua Palavra para todas as gerações; No Salmo 88 o óleo santo é sinal da fidelidade de Deus para com seu Povo; Em Gênesis 28, o óleo santo é utilizado para abençoar objetos e locais sagrados; Em Êxodo 29 e Levítico 8, o Senhor faz ungir Aarão e seus filhos com o óleo santo derramando em sua cabeça como sinal de dedicação total às obras do Senhor, oferecendo dons e sacrifícios. O óleo é o sinal, a matéria santificada, para a consagração.

           Na Missa do Santo Crisma, ou Missa dos Santos Óleos, como é mais conhecida, apresentamos a Deus os óleos que serão utilizados em benefício da santificação das almas de nosso povo, seja para a alegria da vida, ou para o alívio da dor e do sofrimento espiritual e corporal, como também para vivificar os lutadores e diminuir suas vulnerabilidades; e também o óleo que é utilizado para a consagração dos eleitos na graça da vocação sacerdotal, nos dois graus maiores , a saber o presbiterato e o episcopado. Sabemos que o óleo “REI” como na antiguidade chamavam o óleo próprio das ordenações e sagrações , também é utilizado na consagração das Igrejas e de seus altares , no santificar dos vasos sagrados e na coroação de Reis e Imperadores onde ainda se mantém a Monarquia.

           É Cristo o ungido por excelência, que é o Rei, Sumo Sacerdote e Sumo Profeta. E é por Ele que os óleos são abençoados e santificados no Espírito Santo. São três os óleos que serão santificados nessa Santa Missa: o óleo dos Catecúmenos, o óleo dos Enfermos e o óleo do Crisma.

           O óleo dos Catecúmenos concede a força do Santo Espírito aos que ele recebe em seu batismo contra as insídias do maligno. Preservando-o do ataque astucioso do mal, como uma armadura, que ao lado de Cristo, o fará forte lutador.

           O óleo dos Enfermos é aquele que traz o conforto, a paciência e a força do Divino Espírito para que o enfermo suporte o momento de sofrimento devido a sua enfermidade. Juntamente com o sacramento da Penitência e da Reconciliação, é sinal de cura e libertação do corpo e da alma, que se vê amparada pela Misericórdia de Deus e abraçada pela Igreja que a ama, dignificando-a e tornando-a mais sensível às coisas da alma. “Se estais enfermos ,pois chamai os sacerdotes da Igreja e que estes orem sobre ti e te unjam com o santo óleo ...” Assim nos ensina o Apóstolo São Tiago em sua Epístola

           O óleo do Crisma que recorda a vinda do Espírito Santo que penetra nas pessoas como óleo que impregna a cada um que os toca. O suave cheiro da aproximação com o sagrado. É sinal de consagração total dos que o recebem. É a marca dos eleitos. Todos os batizados são eleitos para participarem do Santo Crisma, nos diversos dons do Espírito. Este santo óleo é utilizado tanto nas confirmações de batizados, como nas ordenações sacerdotais e sagrações episcopais, assim como nas dedicações de templos, objetos sagrados, altares, entre outras.

           Esta santa celebração de consagração do sacramento dos eleitos também eleva a todos os consagrados ao serviço de Deus através dos ministérios ordenados a refletirem sobre a vocação e o caminho que ousamos seguir. De fato, tornar-se ungido para ser sacerdote no grande Sacerdócio do Cristo requer responsabilidades e caridade por parte dos que recebem o sagrado sacramento da ordem.

           Hoje faremos a renovação de nossas promessas, que fizemos a nossa fé, a nossa igreja e aos nossos bispos. Lembremo-nos da instituição dos sacerdotes do Novo Testamento quando Jesus Cristo diz “fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19), ordenando que os Apóstolos e seus sucessores, renovassem na Missa o sacrifício da cruz, dando-lhes a ordem de agirem como Ele agia. Disse Jesus: “Quem vos ouve, ouve a mim; quem vos rejeita, rejeita a mim; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10, 16). Os Apóstolos seguindo o que Jesus havia dito instituíam novos responsáveis pelas comunidades às quais iam passando. Hoje os sacerdotes são herança das palavras de Cristo aos seus Apóstolos. São Tomás de Aquino ensina que Cristo é a origem do sacerdócio. Antes d’Ele, os sacerdotes eram figura dele, e que depois d’Ele, os sacerdotes agem em sua pessoa. Pelos sacerdotes, Cristo torna-se visível no meio dos fiéis.

           Isso não nos exime de erros e pecados, que nós humanos pecadores, podemos cair. Sabemos que o fruto da graça independe de nossas qualidades. O sacramento da ordem comunica um poder sagrado que é o poder do próprio Cristo e se torna um caráter impresso pelo Santo Espírito. O sacerdote deve preceder-se pela santificação, identificando-se sempre na Eucaristia. São Gregório Nazianzeno, bispo e doutor da igreja escreveu: “É pelo sacerdócio que é partilhado o sacerdócio de Cristo, remodelando as criaturas como imagem e semelhança de Deus, recriando-as para o mundo do alto, e para dizer o que há de mais sublime, o sacerdote é divinizado e diviniza”.

           Ao sacerdote são atribuídas algumas funções importantes, baseadas no que Cristo fez e viveu como pregar a Palavra de Deus ensinando, catequizando, meditando e formando a si mesmo e a povo; administrar os santos sacramentos da Eucaristia, da Penitência e a Unção dos Enfermos; levar o povo à santificação através da sua santificação, “apascentando as ovelhas que o Senhor conquistou com seu Sangue” (At 20, 28) através da oração e da mortificação, ajudando, acompanhando e dirigindo-as espiritualmente; e dirigir ao Senhor Deus as orações oficiais da Igreja, pois o sacerdote deve pedir pelas necessidades do seu povo e deve fazê-lo com fervor e dedicação.

           O sacrifício de Cristo foi único e foi realizado de uma vez por todas. Seu sacerdócio também foi único e por isso torna-se presente no sacerdócio ministerial.

           Os bispos são sucessores dos Apóstolos, vigários sucessores dos Apóstolos que constituídos pelo episcopado conservam a semente apostólica transmitida pela sucessão na história. Os Apóstolos no Pentecostes foram enriquecidos com dons espirituais os quais os bispos possuem em si pela sua sucessão. Ele é o representante visível do Cristo.

           Os presbíteros estão ligados aos seus bispos na forma com que também participam da autoridade que Cristo constrói, santifica e rege seu corpo. Eles estão unidos na dignidade sacerdotal. Sua missão é irrestrita e ilimitada para pregar e ensinar o Evangelho a todas as partes, até os confins do mundo. Sendo que sua principal missão é a celebração eucarística, ápice da vida cristã. É daí que deve retirar toda a sua força para a missão que vive e trabalha, levando a súplica de seu povo ao sagrado altar do Senhor, vivificando o mistério da salvação e da redenção.

           O presbítero deve especial obediência ao seu bispo. Ele só pode exercer seu ministério na dependência e na comunhão com ele. É um exercício espiritual contrapor-se a si mesmo em vista da obediência, mostrando que abaixo de sua condição racional e humana, está a condição do Cristo vivo na pessoa do bispo, que é pai, líder, irmão e amigo. Bispo e presbítero devem entre si o amor. Ambos exercem sua função sacerdotal em favor dos fiéis, Povo de Deus e pela santificação de suas almas e para glorificar a Deus.

           Os diáconos são ordenados para o serviço do Senhor e estão intimamente ligados ao bispo que impõe-lhe as mãos. O diácono é servidor de todos, assim como Cristo serviu ao mundo o diácono deve servir ao povo, a Igreja, ao presbítero e especialmente ao seu bispo que lhe imprimiu sacramento da ordem pelo “caráter”.

           Neste mundo contemporâneo vemos raízes filosóficas que fazem a nós, ministros ordenados, optarmos por nossas preferências e egoísmos. Queremos a falsa liberdade de poder argumentar com as Sagradas Escrituras de forma a desvirtuá-la e até denegrir suas palavras. Excessos de teologias comparadas, teologias sociais aplicadas e psicologismos têm afastado muitos ministros da real condição que os convém. Cabe ao ministro servir ao povo de Deus no sacrifício do altar ou nas tarefas simples, na prática da oração e da mortificação pelos pecados e pelas almas dos fiéis de Cristo. Esta é a nossa responsabilidade. Saibamos que será por ela que seremos cobrados justamente no encontro com o Pai. Cabe-nos buscar a perfeição e não o perfeccionismo, a prudência, a caridade e a esperança.

           Estamos servindo em nossos ministérios na Igreja Católica Apostólica Brasileira, igreja legitimamente fundada nos Santos Evangelhos, formada por homens santos e pecadores, e fundada com o ideal de aproximar Cristo dos mais pobres e excluídos. Deixemos de lado nossa prepotência e nosso orgulho e busquemos a definição originária que nos fez estar aqui, renovando nossas promessas junto a Cristo, a Igreja e aos bispos. Abracemos cada promessa proferida, pois o Senhor é justo, e uma vez dita, estas promessas não podem ser quebradas, pois é o próprio Deus quem irá busca-las depois.

           Vamos amar nossos bispos, que são nossos pais, nossos irmãos e nossos amigos de forma a escutá-los com paciência, dedicação e obediência. O juízo que fazemos de suas ações não nos cabe, cabe-nos apenas segui-las, como seguimos ao próprio Cristo. Cultivemos em nossas vidas a santificação pessoal com mais momentos de oração pelo povo de Deus, com mais autoridade sobre nossas vontades para que não assumam o lugar que é da vontade de Deus.

           Assim, esperamos um dia poder mostrar ao Senhor os frutos destas promessas que um dia fizemos no Altar de Cristo, sob a confiança e mãos de nosso bispos e que nos tornaram nessa vida, homens consagrados ao serviço de Deus.

           Agradeço ao convite para essa reflexão na data em que completo 6 meses de diaconato e 1 ano de participação na Diocese de Volta Redonda.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Diácono Weverton Jobe de Deus